Bom, antes de começar a contar a minha história na fotografia, gostaria de mencionar que parte do que me motivou a falar sobre isso foi o fato de saber que às vezes, você que lê esse post, está começando também. E como a maioria das pessoas quando começa algo, você pode acabar se perguntando se vale a pena realmente se dedicar ao que realmente gosta de fazer. Bom, como alguém que hoje trabalha com o que ama, eu posso dizer que sim, vale a pena. Seja como fotógrafo de arquitetura, como fotógrafo ou com qualquer outra coisa que queira fazer.
Comecei a fotografar quando tinha mais ou menos uns 18 anos. Na época comprei uma canon a75, que era uma câmera compacta mas tinha todos os controles manuais. Não lembro o ano exatamente, mas sei que por volta de 2005, 2006, não tínhamos a quantidade de conteúdo disponível que temos hoje na internet.
Lembro de consumir (lendo) muito material no fórum de fotografia que eu participava, o brfoto. Praticamente não escrevia nada, mas lia muito e fui aprendendo…
Logo depois da a75, resolvi trocar de câmera e comprei uma Canon S1 is. Era uma câmera pequena também, normal, mas tinha um zoom ótico interessante e com ela conseguia explorar algumas situações a mais. Conseguia fazer fotos de pássaros, surf, etc.
As saídas fotográficas eram muito comuns eu sempre procurava participar. Era um momento bom para ter contato com fotógrafos que sabiam mais do que eu.
Depois da Canon S1 finalmente comprei uma câmera que trocava de lentes. Uma DSLR. A Canon Rebel 300d. Tinha a famosa lente do kit, uma 18-55mm e uma 75-300mm. Nessa época lembro que comecei a fazer pequenos trabalhos que apareciam, como coisas para amigos e familiares, nada sério. Acho que a maioria começa assim.
Lembro de ter ficado com a 300d por muito tempo até que troquei por uma câmera mais profissional, a Canon 20d e, depois de alguns anos, uma 60d.
Quando comprei a 60da fotografia digital já era um outro formato. As câmeras como a 60d já filmavam e a produção de conteúdo no geral já era mais parecida com o que vemos hoje.
Foi com a 60d que fiz minhas primeiras fotos de arquitetura.
Eu conto sempre que nunca me dediquei 100% a fotografia. Quando entrei na faculdade de jornalismo, em 2007 eu já fotografava, mas ainda não vivia da fotografia. Mal ganhava dinheiro com isso. O jornalismo veio da minha vontade de ser fotojornalista, mas eu mal sabia que para ser fotojornalista sequer precisava ter feito jornalismo.
O romantismo do fotojornalismo foi passando e comecei a ver que não queria aquilo para minha vida. Tão pouco o jornalismo propriamente dito. Foi quando resolvi me especializar em marketing, sabendo que podia manter a fotografia em paralelo se quisesse.
A ideia de me especializar em marketing veio também para complementar uma área na qual sempre estudei, a área de tecnologia de informação, de informática no geral. Já havia feito vários cursos como Webdesign e o segundo grau técnico em informática.
Vi que poderia juntar os meus conhecimentos prévios de informática com o marketing e me especializar em marketing digital, que também era algo que gostava muito e gosto até hoje.
Assim que me formei então fiz um programa de Analista de Marketing e Vendas da FGV e me especializei em marketing digital pelo Instituto Infnet.
O ano devia ser 2010. Fui contratado como estagiário de marketing em uma construtora. Lá na construtora tínhamos duas empresas. Uma voltada para obras mais técnicas e outra voltada para obras de fino acabamento. Quando entrei lá eu já fotografava, já tinha equipamento e comecei a fotografar os projetos da empresa para o portfólio da empresa. Era uma forma também de sair um pouco do escritório e conhecer os projetos mais de perto.
Acabei ficando na construtora durante 3 anos. De estagiário passei para analista de marketing e lá dei início à minha carreira como fotógrafo de arquitetura. Por mais simples que minhas fotos fossem nessa época, foi como comecei a criar um portfólio como fotógrafo de arquitetura e isso me ajudou mais tarde a fechar os meus primeiros trabalhos.
Bom, alguns anos mais para a frente eu já estava afastado do mercado de trabalho para assumir um negócio de família que acabou não dando certo. Quando saí do mercado de trabalho acabei me dedicando mais à fotografia pois tinha os horários mais flexíveis. Foi quando decidi não voltar para o mercado de trabalho e me dedicar de maneira integral à fotografia de arquitetura.
Me planejei para mudar de equipamento e ir para o mundo das câmeras full frames. Na época troquei a 60d por uma 6d que tenho até a data em que escrevo esse post (2021) e embora não a use, ela está aqui.
Essa decisão de viver exclusivamente da fotografia foi em janeiro de 2015.
Para terminar o post, eu gostaria de falar com você que sonha em viver do que ama. O que posso dizer é que de 2015 para cá tive altos e baixos, como em toda profissão. Acho que por ser muito responsável as vezes me cobro demais, mas posso dizer também que valeu muito a pena.
Hoje acordo e vou dormir pensando e vendo algo sobre fotografia de arquitetura e audiovisual no geral e tenho certeza que fiz a escolha certa.
