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5 fatos que não te contam sobre ser Fotógrafo de Arquitetura

Fotógrafo de Arquitetura Luciano Mendes

Olá pessoal! Bem vindos a mais um post.

Acredito que o Fotógrafo de Arquitetura, assim como todo profissional de áreas artísticas, carrega consigo um pouco de uma imagem um tanto quanto “glamurosa” e talvez um pouco romântica do seu trabalho e da sua carreira como fotógrafo. Será que na prática é assim mesmo?

Achei que valia a pena listar algumas coisas que fazem parte da rotina do fotógrafo de arquitetura mas que não costumam ser divulgadas e fazem parte do dia a dia do fotógrafo. A lista não está em ordem de importância para mim:

1 – A Fotografia de Arquitetura em si (ou de qualquer outra coisa) é menos da metade do seu trabalho

Se você que está lendo o post sonha em ser fotógrafo de arquitetura ou de qualquer outra área vale a pena ter isso em mente e dedicar um pouquinho do seu tempo para pensar nisso.

Fotografar às vezes representa só uma pequena parte do tempo que precisa dedicar à sua profissão de fotógrafo. Boa parte do seu tempo e da sua energia precisará ser dedicado a marketing, relacionamento, processos burocráticos, pesquisa e estudo, entre outros. Isso sem falar na edição, que às vezes por si só já consome mais tempo do que o próprio tempo “gasto” fotografando.

2 – Fotógrafos de Arquitetura não ficam ricos

Por conta do meu trabalho de fotografia de casamentos, sempre tive muitos amigos fotógrafos de casamento e muitos deles, ao saber que eu tinha um trabalho como fotógrafo de arquitetura me questionavam e se mostravam interessados como se o trabalho do fotógrafo de arquitetura estivesse em um outro patamar de tempo x ganhos.

A verdade é que a fotografia de arquitetura tem um ticket médio muito menor do que a fotografia de casamento por exemplo. Em função disso, para conseguir aumentar os rendimentos com a fotografia de arquitetura é necessário ter a semana bem ocupada e estar sempre fotografando/editando.

3 – A Fotografia de Arquitetura está entre as fotografias menos escaláveis

Eu sei que falar que a carreira de fotógrafo é algo escalável é muito polêmico. Traçei minha carreira como fotógrafo sem nunca precisar (nem querer) terceirizar um único trabalho sequer, mas a minha carreira não representa uma verdade universal na área da fotografia.

O que vemos, na prática, é que diversas áreas da fotografia (e do audiovisual no geral) conseguem realizar trabalhos que não dependem de uma técnica tão singular quanto a do fotógrafo de arquitetura. Da edição de fotografia de arquitetura então nem se fala.

Vou dar como exemplo novamente o mercado de casamentos, onde também atuo:

Muitos fotógrafos vendem um trabalho autoral no mercado de casamentos, mas ao mesmo tempo temos uma infinidade de profissionais que trabalham nesse mercado. Muitos deles exclusivamente como freelancers.

Vejam que não estou aqui dizendo o que é certo nem o que é errado. Não estou dizendo o que é melhor nem pior, estou apenas mostrando os fatos, o que acontece na prática e que observo nesses anos todos que me dedico à fotografia.

4 – Nem sempre o Fotógrafo de Arquitetura pode fotografar com calma

Acho que esse tópico remete muito ao que falei no início do post. Sobre o romantismo que algumas pessoas nutrem pela profissão de fotógrafo. Como fotógrafo sei que na prática o tempo que temos para fotografar pode oferecer uma pressão a mais em todas as áreas da fotografia

Na fotografia de arquitetura o projeto está lá para ser fotografado. Já foi produzido pelo arquiteto, o horário já foi definido. A quantidade de fotos a entregar já foi decidida. É preciso lembrar que todos os profissionais envolvidos na sessão tem horário, que o tempo é dinheiro e que muitas vezes, em projetos comerciais, a operação do projeto não deixar de acontecer para fotografar.

Posso citar aqui dezenas de situações em que preciso fotografar com pressa por conta do tempo curto.

Pense comigo, por exemplo, na operação de um restaurante. Antes do restaurante inaugurar foi pensado no ponto, no horário, na quantidade de funcionários, na quantidade de mesas que precisam ser atendidas para a conta fechar no final do mês. Em muitos casos na nossa sociedade estamos falando de uma conta milionária mensalmente.

Devemos nos perguntar: o restaurante vai fechar para ser fotografado? Se fosse assim, o custo do seu trabalho como fotógrafo de arquitetura precisaria ser somado ao tempo do restaurante fechado e sem faturar. Como custo indireto ainda teríamos os clientes decepcionados por não serem atendidos naquele horário.

Por outro lado, o fotógrafo não conseguirá aprovar um orçamento no qual precise de dias para fotografar. Além de ficar caro para o cliente final, o fotógrafo acabaria não conseguindo conciliar projetos de outros clientes arquitetos por exemplo.

Na prática o que acontece é que, em 99% das vezes, você terá um curto espaço de tempo para fotografar. Seja com o restaurante fechando ou antes do restaurante abrir. Nesses casos a luz acaba sendo algo secundário.

5 – Quanto mais rápido fotografar, mais vai demorar para editar

Costumo dizer sempre que muitas vezes a pressa para fotografar um projeto por completo se reflete em mais tempo gasto na frente do computador, editando.

Isso acontece porque muitas vezes, ao fotografar de maneira acelerada, deixamos passar detalhes que poderiam ter sido “resolvidos” na hora de fotografar. Seja por “preguiça” do fotógrafo ou por escolha mesmo.

Seja um tapete ou objeto um pouquinho fora do lugar, uma luz ligada ou desligada, um horário que não seja o ideal e até mesmo uma sujeirinha no chão que pode ser retirada na pós, na edição.

Como fotógrafo de arquitetura preciso fazer escolhas o tempo todo do que podemos resolver na hora de fotografar o projeto e o que vale mais a pena ser deixado para depois.

Sobre o Fotógrafo

Luciano é pai da Cecília e Fotógrafo de Arquitetura. Além de fotógrafo, Luciano é Jornalista, Analista de Marketing e Vendas pela FGV e especialista em Marketing Digital pelo Instituto Infnet. Ministra cursos na área de fotografia e na área de marketing digital.